Ontem fui de novo no candomblé.
Clima meio embaraçoso, eu toda hora sendo chamada de "dofonitinha" (dofonitinha é meu nome dentro do candomblé. Sou a segunda do "barco", a irmã do meio de dois irmãos e essa é a denominação para a segunda filha a ser "feita no santo"). Dofonitinha pra cá, filha pra lá, eu sentindo a familiaridade das coisas... tudo me causando saudade, os móveis, os santos, os cheiros.
Saí, vim para casa e me permiti chorar por um tempo. Foi difícil.
Eu não me esqueço dos inúmeros motivos que me fizeram sair da casa, mas o fato é que gosto muito de algumas pessoas ali. E sei que essas "algumas" gostam de mim. O candomblé é uma estrutura familiar, pai de santo não é chamado de 'pai' à toa. O terreiro está numa chácara simples, rústica. Eu amo lugares simples. Vivi muita coisa dentro do candomblé e parece que, onde quer que eu esteja, sempre serei a dofonitinha, filha de santo. Tem uma frase muito repetida nos terreiros, que é "candomblé tem porta de entrada, mas não tem porta de saída". Começo a entender que essa porta de saída realmente não existe, por mais que você "saia".
Você sai do candomblé enquanto estrutura física, casa. Mas o candomblé não sai de você.
Não, não foi suficiente para querer voltar. Eu não voltaria lá, na mesma casa, se tivesse intenções de voltar. A despeito de todo esse turbilhão de sentimentos, a igreja continua firme dentro de mim. A despeito de pai de santo, irmãos amados, lugar simples, contato com a natureza e etc, o catolicismo e, principalmente, a EUCARISTIA, são simplesmente indispensáveis.
A eucaristia é uma coisa fabulosa!
Ontem conversei com muitas pessoas que me pediram os mais variados conselhos. Desde gente que trabalha comigo, evangélicos que vieram pedir minha opinião sobre determinados assuntos até amigas de infância com problemas de saúde, pessoas que eu não conversava há muito tempo. Tudo no mesmo dia, desde a manhã. Geralmente tenho uma opinião bem formada para dar, mas não é o que faço, dar de bandeja o que acho ou deixo de achar. O que faço é conversar com a pessoa com total imparcialidade até entender o que a pessoa quer, na verdade.
E aí, simplesmente mostro pra ela o que ela realmente quer, sem subterfúgios.
Talvez por isso seja tão procurada.
Gosto dessa confiança, mas não posso negar que estava cansada no final do dia. Não pego para mim o problema da pessoa. Pego, sim, um pouco da vibração da pessoa. Sei me limpar disso, mas ontem apenas tomei um banho e fui para a cama.
Fui dormir razoavelmente cedo, dormi bem como sempre mas, como sempre, acordo com sono. Hoje com muito sono, mesmo. Vim trabalhar e me senti mal, zonza, muito impaciente, levei tempo para me centrar, para acordar. Existem fins de semana, quando não toco, que me dou o direito de dormir bastante, numa tentativa de passar bem durante a semana, de não me sentir assim, porque já está me atrapalhando muito. Imagine se eu precisasse dirigir na estrada, pela manhã? Se eu tivesse uma reunião, ou qualquer coisa importante, ou uma apresentação? Estou pensando em ir ao médico, independente de qualquer coisa.
Na verdade sou teimosa. Eu teria que ir dormir muito mais cedo, porque eu preciso de mais horas de sono, simples assim. Acontece que é justamente à noite que gosto de ficar no computador, ou estudar piano, ou ler, ou assistir aos programas legais, filmes, até mesmo porque é só à noite que tenho tempo para isso. E aí vou ter que "dormir"?!? Não, né.
Tô pagando bem caro por isso, rs. Eu vou ter que mudar esse esquema.
Do mais, alguns diálogos me deixam extremamente feliz, amigos me deixam extremamente feliz e saber que também sou querida por eles me deixa extremamente feliz.
Do mais, alguns diálogos me deixam extremamente feliz, amigos me deixam extremamente feliz e saber que também sou querida por eles me deixa extremamente feliz.
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