domingo, 19 de junho de 2016

Stronger Than Me





Hoje a TV do quarto despencou, às 5 da manhã.

TV, suporte, tudo no chão. Ouvi o barulho mas não acordei de imediato com ele. Estava sonhando. E o barulho a princípio fez parte do sonho, até acordar devagar e perceber que tinha acontecido alguma coisa. 

Era uma tv que estava no quarto há anos e não era mais usada, mas tinha joguinhos tipo "Atari" nela. E quando comprei, jogava muito todos eles. 

Não, não tive videogame na infância, em casa. rs As únicas vezes que joguei foram em Campos de Jordão, nas férias escolares, pois meus primos tinham. E, além disso, havia uma casa de jogos perto de onde minha tia morava e, enquanto minha mãe se divertia loja após loja, a criança aqui ficava com o dinheiro para se esbaldar nesse lugar.

Só tinha meninos. Eu era a única menina ali e, pelo que me lembro, passava horas nas máquinas. Nove anos. 

Enfim, acordada, assisti à missa do padre Marcelo Rossi pela tv e dormi novamente. Acordei às dez.

Assustei com o acontecido. É possível cair um suporte preso há anos nas grossas e antigas paredes desta casa? Ao que parece, sim. Evidente que a pulga fica atrás da orelha, mas ultimamente.... ultimamente um foda-se está constantemente ligado para determinadas situações. Apenas observo.

Infelizmente, o foda-se também está ligado ao que diz respeito às minhas adoradas questões e dúvidas religiosas. Não totalmente. Não totalmente, mas... parei de ir na igreja evangélica em que estava tocando, inclusive, e sem maiores explicações. Só eu. Só eu pra fazer esse tipo de coisa, joguei para o alto sem falar tchau. Não é legal, não é profissional e não é nem justo, eu diria... mas a coisa era muito "olha a OPORTUNIDADE que estou dando a você" (oportunidade, numa igreja sem músicos. Uhum).

Eu não queria a oportunidade, no momento. Queria ser cuidada. 

Águas passadas.

Estou indo para a última semana de férias e talvez nesta semana eu faça alguma coisa diferente, não sei. Ou fique por aqui mesmo, como fiquei até então. Sei lá. O cubo de gelo nas emoções volta com força e a vontade de fazer nada continua. 

Não odeio depender de pessoas, desde que as 'pessoas' sejam eficientes. Quando não são, aí sim o bicho pega. Depois de 1.547.570 ocasiões em que pessoas não foram eficientes você acaba simplesmente não esperando mais nada e fazendo a seu modo as coisas. É isso....

Tem muita mágoa aí. O momento não é propício. E tem muito mimimi também, meu, admito. Tô tentando dosar, em tudo. Nem sempre consigo. Nem sei de onde estou tirando paciência. É foda...

Ontem, tocando com muita dor, senti uma vibe que fazia um tempo que não sentia. Ao invés de tocar de qualquer jeito e cantar de qualquer jeito, como da última vez, quis fazer com que fosse um show de piano e um show de voz. Tudo muito caprichado e concentrado, tudo com calma, sem medo de improvisar no piano, na hora. "Stronger Than Me", uma música da Amy Winehouse que considero ser uma das melhores que canto, é meio um termômetro meu de "como está minha voz e o que estou passando". E ontem ela saiu per-fei-ta. Dou uma forçada no sotaque britânico típico da Amy Winehouse, com cuidado pra não ficar caricato ou esquisito. Gostei do que ouvi. Resumindo, tenho que ficar com uma puta dor insuportável por horas para resgatar alguma vontade de tocar, cantar e fazer direito, fazer valer, fazer para as pessoas que estão ali e não ficar na posição confortável "o dono me conhece, gosta de mim e pronto". A dor física fez minha vontade voltar, ontem.

Está longe do que eu quero, essa garra e essa vontade. Mas pelo menos deu algum sinal de vida... pelo menos ontem. 

Continuo com dores e parei de tomar remédio. Encheu o saco. Estou caminhando um pouco melhor. Vai passar... com os dias vai passar. Passou de uma dor generalizada para dois pontos específicos na coluna. Ok, se não passar vou no hospital, tomo uma injeção e voilà, pronta para a próxima crise. rs

Talvez nesta última semana de férias eu faça algumas caminhadas. Gosto. Não quero ficar alimentando neuras. Amanhã terei que despachar as coisas oferecidas à minha pombagira. E talvez cuide de Oxossi, o orixá que continua bem protegido... no terraço de casa. Independente de qualquer coisa, sempre fiz tudo com respeito, e assim continuará a ser feito.








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