quarta-feira, 15 de junho de 2016

Não.







Amor, apego, desapego.
 Nº 1 - existe amor sem apego?

Nº 2 - existe apego sem amor? Sim, porque podemos nos apegar às situações e, se nos apegamos, não é porque elas nos causam "dor" e sim porque, naquele momento, de alguma forma, elas preenchem algum vácuo. O ser humano não se apega à dor, de forma alguma.

Nº 3 - se gostamos de alguém é ÓBVIO que temos medo de perder e, consequentemente, nos agarramos. Ser humano sendo ser humano.

Nº4 -  o apego não diz "eu te amo, por isso quero que vc me faça feliz". Quem diz isso é o egoísmo. O apego é só uma necessidade de um ser apaixonado e não é difícil de entender isso.

Nº 5 - Sim, o amor genuíno quer ver o outro feliz. Se isso me incluir, ótimo. Se não me incluir, vá para a &*%¨@#, seja feliz mas beeeem longe de mim. rs É uma questão de bom senso. 

Nº 6 - não acho que "quanto mais agarramos o outro com força, mais sofremos". Partindo da primícia que o outro também nos quer, essa frase é nonsense. Isso cabe quando um quer e o outro não. Ela está sendo muito abrangente, eu estou sendo mais específica. Ela condena o apego, eu digo que ela confunde apego com egoísmo ao longo de todo o vídeo.

Nº 7 - "porque quanto mais as pessoas se agarram a outras, mais isso demonstra que elas se importam, só que não" - viu, como se demonstra então que nos importamos com alguém? Ligando uma vez por ano? 

Nº 8 - "ser preenchido pelo outro" - isso pode se tornar um problema mas, Jesus, qual a dificuldade em ter uma outra pessoa e esperar que ela te ajude na sua vida? Dois se tornam um, o que não tenho pode, sim, ser preenchido pelo outro, e posso preencher o outro com o que ele não tem. Isso não é dependência doentia, é troca. Troca. Troca.

Nº 9 - "as pessoas deveriam se unir já se sentindo preenchidas por si mesmas" - novamente, quem consegue isso? Quem, no mundo, atual ou antigo, consegue ser "plenamente preenchido por si mesmo"?! Aliás, quem quer isso? Vamos todos morar em cavernas então, porque pessoas preenchidas por si mesmas não precisam de outra, e o verbo "precisar" aí está diretamente ligado à dependência sim, que por sua vez está ligado à apego, sim! Sim! Por isso as pessoas se casam, por isso namoram, por isso formam parzinhos, por isso esperam o telefonema do dia seguinte, por isso têm crushs. Esse idealismo - "vou encontrar a pessoa e vou ser feliz" - é o que move o mundo romântico. Uma frase não totalmente correta, admito, mas é assim..... desde sempre.

Nº 10 - "sensação de bem estar que elas não têm sozinhas" - o ser humano não foi feito para ficar sozinho. Eu posso ter bem estar sozinha por uns momentos, fazendo as coisas que eu gosto de fazer, mas quando o momento passar fatalmente eu vou sentir falta de alguém com quem eu possa compartilhar ideias, planos, piadas, birras. 

Nº 11 - "projetar fantasias românticas no outro" - mas essa é a parte divertida, my fucking dear monja! Imaginar no outro a felicidade, se perder no olhar do outro, noites sem dormir, viajar em canções de amor, olhar para o céu, para o nada, coração acelerar ao ouvir a voz, ansiedade, sofrimento, paixão!! Se isso é amor genuíno? Pode não ser, mas é humano! Totalmente humano e totalmente demais, faz a pessoa se sentir viva! Toda história de amor começa com a projeção no outro que causa tudo isso, faz parte do processo HUMANO. Quem não quer? Quem não quer?? Só uma monja budista.

Nº 12 - "algo que nunca o outro será capaz de corresponder" - comassim? Conhece o outro, por acaso? Tu anda com meus nego, pra falar isso?! Oras!

Nº 13 - "uma pessoa comum, também lutando" - sim. Sim. E...? Lutaremos juntos, então. 

Enfim, uma monja que não manja dos paranauê do amor e do romance, da loucura, do desejo, dos olhares, peitos ardendo, beijos de língua, línguas, lua cheia no céu, mãos frenéticas pelo corpo, arrepios e etc etc etc etc. E não adianta pôr fundo musical de violãozinho, porque o amor pede um blues sofrido, um rock pesado, um jazz classudo, um forró arretado. Tudo, menos a morosidade.

Muito mais fácil viver fora do mundo do que nele.



Nenhum comentário:

Postar um comentário