segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Lógico que a vibe musical não tá lá essas coisas, por outro lado.

O santuário tem suas regras, o que eu acho 'salutar'. Todo lugar precisa de regras e eu venho de uma religião que possui uma infinidade delas, o candomblé. Também não tenho nenhum problema com hierarquia - de novo, graças ao candomblé. 

Mas uma coisa é ter regras. Outra, é botar o terror. E outra, muito diferente, é ter regras, botar o terror e não seguir quase nenhuma regra e mentir no terror!!

Hoje é segunda à noite e meu aborrecimento vem do fato de ter missa amanhã e de não ter recebido as músicas. Pra variar. E eu pedi. Pessoalmente.

Assim.... não querendo falar mal, mas  o negócio é que deve ser muito mais fácil tocar no VATICANO do que no santuário!!

Claro que o lugar é abençoado. Evidente que não há como negar a presença de Deus, o lugar é santo mesmo, é consagradíssimo, e mesmo eu, com toda a minha frieza depois do balde gelado que me foi jogado, não fico imune à atmosfera espiritual do lugar. Lembre-se, leitor.... existe uma médium que continua sendo médium aqui. 

Ainda que vc se impressione com a beleza, com os quadros, com o dourado (que eu tanto amo), com a penumbra, com as flores, com o tamanho, com o canto gregoriano ressoando no silêncio respeitoso que se mantém no santuário, eu sinto isso e um pouco mais. É aí que entra a atmosfera espiritual que eu citei. Inegável. É inegável, o lugar tem... o lugar é santo.

Basicamente é isso. O lugar é santo. O lugar foi feito santo pela constante consagração, orações... tá, toda igreja tem oração e consagração. Mas preste atenção, leitor. Não é em toda igreja que vc pode sentir que entrou num lugar diferente. Às vezes, o ambiente não muda. Se muda, é algo ínfimo e se trata muito mais do respeito que vc tem por estar numa igreja do que o ambiente em si.

Quando eu entro num cemitério - e entrei no domingo, dia dos pais - imediatamente percebo a diferença. Minhas pernas começam a ficar pesadas, como se eu andasse com aqueles pesos de academia amarrados em cada uma. Isso começou logo depois da feitura. No domingo, fiquei um bom tempo lá, mais do que uma filha de santo seria aconselhada a ficar. Andei pelo lugar, sentindo o peso, mas não me alarmei. Fiz o que tinha que fazer e saí. Cheguei em casa e tomei as devidas providências que uma filha de santo toma depois de entrar num cemitério, rs. Aliás, só para constar... a atmosfera, em si, das ruas, de tudo, é pesada. É incrivelmente pesada, mas a gente se acostuma. O ar é pesado. É muito interessante como se consegue sentir essa diferença. 

Claro que não existe só no cemitério, esse peso. Em muitos comércios também. Em muitos lugares. Hospitais... etc.

Mas voltando ao assunto. Apesar de toda a consagração do santuário, os músicos estão no esquema "vai que dá", o improviso que eu tanto evito. Como somos novos no lugar, eu e Ricardo, esperávamos um pouco mais de consideração. Eu esperava, pelo menos. Eu não sou obrigada a saber todas as músicas católicas de todos os tempos de cor. E eu não fico ouvindo música o dia inteiro, pra começo de conversa. Nem ficarei. Eu simplesmente queria saber com alguns dias de antecedência para poder trabalhar em cada música e ficar 'bonitinho'. Só isso!

Fora isso, existe também aquela coisa de status por tocar ou trabalhar num local tão grande e famoso. Isso eu percebo em quase todas as ocasiões, vindo de diferentes pessoas. A maioria se acha muito importante por estar ali - e aí que entra o "vamos botar o terror nos novos" (no caso, nós).

Eu, com 40 anos nas costas, apenas observo com um amargo desapontamento. 

Hoje nada me impressiona no santuário. Nem as pessoas, nem o fundador, nem a beleza da igreja, nem as pregações. Não se trata de ingratidão, pelo menos eu acho que não. Mas, depois de alguns contratempos e de perceber certas 'contradições' grotescas (não vamos rotular como 'mentira', vai), a coisa toda perdeu muito do encanto inicial... e olha que eu estava bem empenhada, hein. Bem empenhada...

Tento não confundir as coisas. Uma coisa é a crença que não tem absolutamente nada a ver com tudo isso. Outra é tudo isso. Mas devo confessar que não é fácil. 

Não sei até quando vou conseguir levar desse jeito, com as músicas sendo escolhidas meia hora antes na lanchonete. Acho, inclusive, desrespeitoso, em se tratando do que é. É, leitor.... o desânimo bate.

Uma coisa interessante que aconteceu foi tocarmos uma música do nosso cd na missa de domingo. Missa que não fazemos parte, mas não se encontrava tecladista no dia dos pais, e a vocalista caiu da escada. Não vou comentar muita coisa a respeito porque não quero colocar mais lenha na fogueira mas, cá entre nós, entre CENTO E SESSENTA MÚSICOS não se encontrar um tecladista e uma vocalista para a substituição.... ?!?!?!?!

Confirma esses 160, produção? Ou tá no pacote "botar o terror nos novos"?!

Pois é. 










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