segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Bom.

Semana passada foi uma semana difícil e eu só deixei a ficha cair quando cheguei na sexta, em casa.

Chorei bastante, por mim, pelos professores, pelos alunos e pela incômoda sensação de não ter conseguido fazer nem a metade do que gostaria de ter feito. E ainda ser podada nas apresentações finais e nos três recitais, fora a apresentação dos alunos, que eu iria fazer em cada mês.

Tive que lidar com o pasmo e a tristeza dos professores e somos nós, os que querem ensinar, que mais sofremos. É o professor que fica pensando "justamente agora que aluno tal conseguiu pegar tal música" ou "aprender tal golpe", ou "dançar tal coreografia"...

Há um abismo entre nós e o pensamento político.

Eu, na quinta, estava naqueles dias em que "não acordei". Embora eu tenha dormido a noite toda, na sexta o sono continuava. Dormi um absurdo de sexta para sábado, apenas para estar acabada de sono, no sábado! É claro que a luz do "isso não é normal" fica gritando na minha cabeça.

Fiz um feitiço.

Almocei, e voltei a dormir. Dormi por 4 horas. Eu tinha que tocar à noite e estava muito preocupada. Sonhei horrores, com muita gente (muitas explicações nos sonhos) e finalmente acordei bem, sem sono.
Domingo, sem sono (sem sono assim, durante o dia. À noite eu continuo dormindo normalmente). E hoje, segunda, estou bem, com energia e disposição.

Evidente que todos esses dias eu rezei, eu incensei a casa, eu usei minha voz e a minha força, eu disse o que queria e o que não queria. O que fica é: depois do feitiço, o sono foi embora.

Por que não foi com as orações?

Fiz por intuição, porque mais ou menos estava sabendo o que estava acontecendo mas, como sempre estou com muito sono, de cara não prestei atenção. Era só mais um dia com sono. Só que foi demais.

Tem muitas coisas envolvidas aí e eu estou gradualmente entendendo, mas é que eu sou uma pessoa que faz provas das coisas, se colocando como cobaia mesmo. Eu estou sempre provando situações e pessoas. É desses erros e acertos e da experimentação que tiro minhas conclusões, e tem sido assim com o candomblé, com a igreja, e com outras coisas.

Eu não quero voltar para o candomblé. Mas o fato é que: FUNCIONA! Funciona. "Ah, funciona porque sua mente foi condicionada a crer que funcionaria...."

Pára. Imagine assim: vc nunca comeu chocolate. Não sabe que sabor tem, mas falam que é bom. Você prova e realmente acha bom. Mas você tinha alguma noção de qual sabor teria, ou o que seria, ou se vc de fato iria gostar porque outra pessoa falou que era bom?

Não. Você teve que experimentar um quadrado marrom, colocar na boca, prova-lo e por si só descobrir que aquilo era bom. Você não tinha nenhuma referência do sabor antes disso. Mas, você teve "fé", aceitou o que foi oferecido e descobriu que realmente era bom.

Hoje você come e sabe o quanto é gostoso, mas você já provou. Sempre será gostoso.

Assim é o candomblé, numa explicação simplista. Você vai SEM REFERÊNCIA do que é. Vai você e apenas a sua fé de que vai te fazer bem. Mas esse "bem" você não tem de onde buscar, em experiências anteriores, para alicerçar o que vc sente depois das experiências da religião.

O candomblé cumpre a função dele independente da sua crença. Sua crença apenas te leva lá. O resto, o candomblé faz. Há milênios. Com a mesma fórmula.

Então, quando realizo um feitiço, sei do resultado dele. Mas na primeira vez em que realizaram para mim, com elementos e combinações que não conhecia, não. Não sabia. E o resultado foi o mesmo.

É complicado, mas é uma das certezas, uma das poucas certezas, que tenho das minhas experimentações com religião.

Sempre falo - sempre falo não, na verdade falo para pouquíssimas pessoas - que o conhecimento oculto do candomblé, alguns, se repetem em outras religiões e até na ciência. Os povos africanos descreveram como entendiam. Hoje algumas coisas são descritas de outro jeito mas a essência é a mesma.

E há outras coisas no candomblé que a ciência nem chega perto, sem paralelos com outras religiões também.

Enfim.




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