segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Mentiras.



Não tenho tido muita vontade de escrever no blog, e olha que assuntos não faltaram para vir até aqui. Mas. hoje particularmente, um dia bem difícil onde recebi uma grande traição pelas costas, achei por bem vir desabafar de alguma forma.

Pra variar, tive sonhos recorrentes nessa noite e que, agora, fazem todo o sentido do mundo. Embora eu já soubesse que seus significados não eram boa coisa, tive, depois do almoço, a confirmação na real do que realmente era. Fiquei chateada.

Embora já esperasse, por um lado, ainda estava mais ou menos acreditando em certas palavras que foram ditas. Palavras que se provaram uma grande mentira.

Depois do choque inicial e mais ou menos uma hora respirando fundo para me acalmar, sem chorar, sem dar na cara, apenas com uma raiva interna que me deixou pescoço e ombros extremamente doloridos, consegui um pouco de calma para pensar a respeito.

(Depois de uma hora de conversa com a yakekere do candomblé que me chama no whats, retomo o texto).

O que fazer? Nada. Absolutamente nada. Do choque inicial, passando pela perigosa raiva (perigosa porque sou impulsiva. Muito), depois que tudo acalma vou digerindo com surpreendente facilidade a coisa. Não, nada passou. Apenas o meu modo de lidar com a coisa é que muda.

Nunca ambicionei passar por cima de outras pessoas que supostamente são amigos (as) para conseguir o que eu queria/quero. O fator humano pra mim é muito importante. Mas, infelizmente, tenho que lidar com pessoas que não pensam da mesma forma.

Depois de uma boa conversa com a ya, estou um pouco mais conformada e minha força retorna. Evidente que uso de alguns elementos do candomblé para recuperar o equilíbrio, mas nada que uma oração também não resolvesse. Enfim. Tudo faz parte do mesmo pacote.... assunto para outro post.

E seguimos adiante. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Eu compreendo bem a sensação de cansaço e desânimo diante da vida, às vezes. Mesmo me culpando a cada vez que essas sensações vêm, porque não acho que eu tenha algum motivo para me sentir assim.

Minha luta é interna. 

E o grande questionamento na verdade é só um: quem você é? E o que quer? O que não quer?

Do que você gosta?

Você se conhece de fato?

Bom, eu sou Lucy, uma mulher de quarenta anos com uma alma de dezoito, porque às vezes me vejo como uma adolescente diante da vida. Com a mesma impetuosidade e curiosidade dos 18. Com o mesmo humor dos 18. E, às vezes, com a mesma ingenuidade dos 18.
Eu sou a católica que ensina feitiços diversos aos companheiros de trabalho. Sou uma contradição ambulante. Sou, como dizem, 'exótica'.

A vida é um infindável parque de diversões para mim e eu mantenho o olhar atento de uma criança perante uma vitrine de brinquedos. Esse é o meu natural. Evidente que tudo isso, vez ou outra, é maculado com imagens chocantes da realidade, da constatação de que o mundo não é um parque de diversões. Muito pelo contrário, para muita gente é um mar de desespero e luta, dia após dia, dia após dia. Ainda que eu viva num país como o Brasil, onde a festa impera (graças a Deus!), onde as pessoas não se entregam, onde se pára tudo por uma semana para simplesmente sair à rua dançando e bebendo como se isso fosse a coisa mais sensata a ser feita, com o aval das autoridades, com um país inteiro se adequando a dias sem trabalho porque, afinal, é carnaval... ainda que eu viva num país assim, que permite um proposital descaso com o compromisso formal e com as obrigações, que chama de hora feliz o fim do expediente na sexta... a vida é de luta.

Porém, um copo com água até a metade pode ser visto como um copo quase cheio ou quase vazio. Você escolhe.

O que eu quero? Bom. Quero muitas coisas. Quero - e consigo - saciar os sentidos. Quero - e consigo - prazer. Quero evitar a dor. Quero evitar encheção de saco. Quero calma no furacão que eu sou, quero aventura, quero trilhas para andar no meio de um bosque, quero companhia na trilha.

O que eu não quero? Ser julgada. Ser podada. Ser desvalorizada. Pode me subestimar porque me dá muito prazer pegar de surpresa as pessoas que me subestimam mas, fora isso, quero respeito.

Do que eu gosto? De prazer.

Você se conhece de fato? Ainda não muito.